terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Just a little bit of green..

Estou há dias desenvolvendo assuntos e chegando a conclusões... Minha mente multifacetada gosta de experimentar diversos sabores e tenta não se viciar em nenhum. 
No final de tanto pensêro, vc acaba achando que a vida não tem muita solução e que a humanidade é mediocre mesmo. Acostume-se.

Daí, de repente, vc dá de cara com um floquinho de luz que sai da escuridão mais escura. Piegas, né? Não diria piegas de algo que sai junto com lágrimas dos olhos de uma mente INTP.

Como eu disse no Facebook, não vi aqui uma palavra sequer sobre justiça, sobre lamento, nenhuma revolta. E aprendi que talvez ainda as coisas não estejam totalmente perdidas, que realmente seja só questão de mudar de foco... Criar a sua realidade mesmo que no meio de outras tão diversas a sua.

"Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai.

Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode!

Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar. Mas ele olhou e disse: caramba, filha. Quero fazer também. E me deu de presente meu nome no antebraço.

Quando casei, ele ficou tão bêbado, que na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele vomitava e me abraçava ao mesmo tempo.

Me ensinou muitos valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava. E o meu começava.

Esta noite eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu.

Sei que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele. Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha identidade.

Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive um pai. E ele teve uma filha.

Obrigada a todos. Ele também agradece.

Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai."


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