quinta-feira, 31 de março de 2011

O Eneagrama

O último módulo foi sobre o Eneagrama.

Posso pegar toneladas de escritos meus falando há muito tempo de como me incomoda a sensação de estar presa as minhas memórias a ponto de perder o compromisso com o presente, de como pareço estar anestesiada o tempo inteiro, da falta de “potencia” da minha “vontade”, de como é dificil ser "eu" perto "dos outros", de como me sinto um reflexo das pessoas que estão a minha volta, reagindo camaleonicamente ao que elas me permitem ser...

Finalmente encontrei a descrição disso de forma bem clara em bons livros que falam do Eneagrama. A questão é que no meu caso, além do numero 9 - mais um nove para minha lista - tenho fortes características 4. Mas como que alguém que se acha único, pode achar que é ao mesmo tempo nadica de nada?

Explico melhor:
Como alguém que supostamente é 4, pode pensar: “ que impáfia é essa do homem de achar que a vida deve ser mantida a qualquer custo. Porque ele acha que é realmente tão importante assim para impor sua existência como a coisa mais importante?”

Ao mesmo tempo, como alguém que é 9 pode ficar tão revoltado quando sua individualidade é desrespeitada, quando é tratada como “mais um no bando”?
Essas duas tendências apesar de tão diferentes convivem perfeitamente dentro de mim, porque uma não se impõe a outra, uma não tenta anular a outra.

Tenho pensado muito nisso nesses últimos dias e chego à conclusão de que o tipo 9 não é um tipo e sim uma síndrome. Penso que qualquer um dos oito tipos podem ser um 9, no momento em quem resolvem “congelar” até um momento mais propício. Enfim, ou eu sou um 9 com ataques de 4, ou apenas um 4 cagão e sem força de vontade. (esse deve ser meu lado 1 falando)

A arte é o que me faz sair um pouco do 9. Pela arte, pela escrita, pelo pensamento, eu me permito viver um pouco de intensidade. O 9 vê a vida pelo reflexo do vidro da janela do metrô, pelo retrovisor do carro. Com o quatro, dá pra começar a colocar a cabeça pra fora da janela, só que ela tá no 11º andar.

Ou seja, pelo que percebo, ambos tem uma coisa em comum: o medo da própria realização.

Achei algumas entrevistas do Naranjo.
Enjoy

quarta-feira, 30 de março de 2011

e por falar em 2012...

Achei um docimentário muito legal sobre a Profecia Maia. Gostei muito da explicação dada para o que seria um dia galáctico, kins e conceitos de vida, morte e evolução.

São trinta e cinco partes, cada cinco delas falando de uma, do conjunto de sete profecias.

Mais um da série... mas esse pelo menos tá vivo!

Devido aos ultimos acontecimentos ao redor do mundo, nada melhor do que ouvir o meu querido Stan Grof falando sobre 2012.

O Eneagrama

Como tudo que é feito em larga escala acaba banalizando, achei valido colocar aqui o link de um livro bem interessante sobre o Eneagrama, antes que o assunto banalize de vez.


Com uma linguagem bem mais simples do que a do livro de Naranjo, acredito ser esse uma boa introdução "ao que sempre quisemos saber sobre os tipos nove tipos psicologicos e nunca tivemos coragem de perguntar"


http://www.ebah.com.br/o-eneagrama-helen-palmer-pdf-a59661.html

Ah, a propósito, aqui fica a dica para visitar essa espécie de Orkut acadêmico. Tem coisas interessantes para baixar, eu acho que baixei uns dois do Jung inteiros por aqui:

http://www.ebah.com.br/psicologia/arquivos

Mais uma das série de pessoas que não deviam morrer, mas morrem...

Achei interessante colocar esse video por aqui não só por conta do que é dito, mas também pelo video em si que é muito legal.
Fico feliz de saber que já há algum tempo a psicologia começou a focar mais seriamente o aspecto "violentamente espiritual" das psicoses.


Achei alguns outros videos de McKenna e todos são muito interessantes.

Gente engraçada não deveria morrer nunca!... Mas morre.

Conheci o Mr. Robert Anton Wilson por acidente, funçando no youtube sobre coisas a respeito de fisica quantica e teoria das cordas.

E sempre digo que gente engraçada não devia morrer nunca. Se o cara além de se engraçado consegue explicar conceitos complicadíssimos com naturalidade e clareza, bom... Aí realmente a gente tem algo singular!

Acho que esse pessoal que tem muita terra no mapa, quando consegue fazer a cabeça decolar, traz tudo para uma simplicidade tão clara que chega a ser poética.

Com vocês flashes de Mr. Wilson:


Sobre som e silencio...

Segue a primeira tarefa que fizemos para sintetizar o Módulo I:

1-Com suas palavras conceitue o que é Psicologia Transpessoal
Um conjunto de ferramentas que nos ajuda a entender e estourar a bolha que nos separa do Todo.
2-Quais os elementos estruturais da Abordagem Integrativa Transpessoal?
Conceito de unidade
Conceito de vida
Conceito de ego
Estados de consciência
Cartografia da consciência
3-Qual o significado de cada um desses elementos?
Conceito de unidade: é o Todo em que estamos contidos (com bolha ou sem bolha)
Conceito de vida: algo como o conceito do chi para os chineses que se comporta como os cinco movimentos (e não elementos) da Medicina Tradicional Chinesa. É o fluxo de energia que se movimenta e a tudo movimenta. Como o ar que passa pelo corpo de uma flauta produzindo o som. Sob essa ótica, temos som e silêncio e é esse conjunto que cria a musica. Se entendêssemos vida e morte como som e silêncio, compreenderíamos a musica da existência, do Todo, e vibraríamos com ela mais integralmente.
Conceito de ego: a bolha. Pense em uma orquestra. A “bolha” – a separação – é tremendamente necessária enquanto o músico está aprendendo a melodia, mas no momento em que aprendeu e está com a orquestra, ele é parte de um todo muito maior e tem com fluir de acordo com esse Todo. É como a rodinha da bicicleta quando estamos aprendendo a ter equilíbrio.
Estados de consciência: essa “bolha” tem camadas – como uma cebola – e por sorte essas camadas tem “janelinhas” que nos permitem ver o que tem do outro lado. A gente – acidental ou intencionalmente – olha pro que tem do outro lado dessas janelinhas, gosta, e quando volta percebe que para chegar lá naquele lado tem que estourar aquela “camada” da bolhona. Se ela for de sabão, tanto melhor, mas se for de concreto protendido, bom, você terá um certo trabalho...
Cartografia da Consciência: Essa é a “trilha de doces” que você faz no caminho toda vez que se atreve a fuçar cada nova janelinha que descobre em sua bolhona. Para não se perder e principalmente, para poder voltar quantas vezes forem necessárias para se convencer a começar a estourar essa camada e incorporar esse “novo mundo” de vez.
4-Os aspectos dinâmicos são constituídos de dois eixos, quais são eles?
Eixo evolutivo
Eixo experiencial
Na verdade para chegarmos nas “janelinhas” descritas acima, precisamos de um conjunto de “lentes” (REIS) que se ajustadas perfeitamente entre si, nos fazem ter visão clara delas. Mais ou menos como a função transcendente do Jung.
5-Descreva o significado dos elementos e funções psíquicas da Abordagem Integrativa Transpessoal?
Razão: “tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar!”. Encaixota e etiqueta tudo o que é perceptível. Acredito que essa seja uma característica essencialmente humana, se não me engano, gerada pelo lobo frontal – aquele responsável pela linguagem, pelo pensamento lógico e abstrato, por fazer associações afetivas e etc. Um pouco diferente do que classificava Jung, para a Transpessoal, essa inclui sentimento e pensamento. Ou, melhor dizendo, a Razão para a Transpessoal resume as funções racionais de Jung. Me lembra um pouco o que se diz do chakra laríngeo e cardíaco.
Emoção: é aquele monte de coisas que nasce do nosso cérebro mais primitivo, o límbico, que originalmente garantia nossa sobrevivência e que hoje em dia a gente insiste em querer dominar ou até calar, com conseqüências desastrosas para a psique como um todo. Eu vejo uma certa semelhança entre isso e as forças primitivas da natureza, como os tremores de terra, tsunames, furacões, mas também como a brisa suave da praia, a marolinha da manhã, a chuva fraca que refresca... Podemos tê-las como amigas ou inimigas, sabendo que como inimigas elas são mortais. Mas controlá-las? Jamais. Elas sempre nos movimentaram, por bem ou por mal. Me lembra um pouco o que se diz do chakra esplênico e plexo solar.
Intuição: uma vez li que existia a possibilidade do cérebro ser como um aparelho de rádio cuja antena capta ondas externas do que chamamos de “inconsciente” e decodifica para nós, de forma que, no final, achamos que tudo isso está “dentro de nossa cabeça”. Não sei se é verdade, mas entendo a intuição como algo mais ou menos nesse sentido quando imagino que esta é aquela parte que enxerga além de nós mesmos ou que pelo menos tem o poder de síntese do que temos em  mãos de forma a podermos ver “o quadro todo” ao invés das partes. Os adeptos das teorias da conspiração que me perdoem o exemplo “iluminatti”, mas é como o “olho que tudo vê”, aquele que fica em cima da pirâmide. Me lembra um pouco o que se diz do Chakra frontal e coronário
Sensação: sendo a Razão a lente que usamos para encaixotar e empacotar tudo que percebemos a nossa volta, é difícil imaginar uma sensação pura – assim como a intuição e a emoção Tb -, livre de qualquer conceito. Mas arrisco dizer que essa “sensação pura” acontece nos lobos temporal e parietal, ou seja, onde processamos as informações referentes ao tato, dor, temperatura, equilíbrio, localização no espaço e etc. É uma função tão básica quanto a emoção. Essa função me lembra o chakra básico.

Sobre Jonas e seu piti

Logo no primeiro dia de aula que eu participei - que não foi necessáriamente o primeiro dia de aula de fato - tive acesso a um livro do Jean-Yves Leloup que conseguiu a proeza de me fazer ler algo sobre a biblia. "Caminhos da Realização" é um livro bem interessante que me prendeu atenção a principio por conta da analise feita a marisa Madalena. eu costumo dizer que Cristo so faz sentido para mim se tivesse existido uma relação com Maria Madalena. Assim como Judas sempre me pareceu mais verdadeiro e interessante do que Pedro.

Enfim, depois de ler toda a parte que me interessou a princípio, finalmente fui ler o tal Complexo de Jonas. Como eu ainda não consegui encontrar alguém que converse comigo a esse respeito, sigo apenas jogando as perguntas...

Segue abaixo texto sobre minha dvuvida a respeito da interpretação desse personagem:

"No livro Caminhos da Realização, Leloup atribui ao medo de amar a reação de revolta de Jonas ao fim, quando Deus reconhece o esforço e perdoa os ninivitas. Mas, será que é isso?

Digo porque vejo esse tipo de coisa acontecer direto em empresas: é como uma espécie de "desautorização", entende? Não cumprindo a profecia, deus de certa forma "desautoriza" Jonas, subestima sua capacidade de entendimento. Depois de todo o esforço dele em relação a esse assunto, eu acho que eu tb ficaria puta da vida. Pela atitude de Deus comigo e não com os ninivitas.

Entende? Um deus que precisa de mim para passar a palavra, mas que me trata como se eu não tivesse capacidade de entender seus designios. Ele subestimou a capacidade de compreensão de Jonas depois que ele saiu da barriga da baleia. Se depois da saida da barriga da baleia Deus voltasse a falar com esse "novo" homem, explicando que ele ia pregar numa cidade e que havia chance de redenção, que o processo que aconteceu com Jonas de certa forma seria o que aconteceria com a cidade, que havia um chance construtiva, talvez Jonas não se revoltasse no final.

Resumindo. Não acho que Jonas tinha medo de amar os ninivitas, mas ele achou injusto depois de ter evoluido tanto, superando seus medos, ter sido tratado com um homem sem capacidade de compreender a "visão de deus"."


 

Durante a aula do segundo modulo, lembramo-nos de Moisés, quando ele foi impedido de entrar na Terra Santa e sem querer eu mesma respondi minha propria pergunta. Deus fez isso porque conhecia com quem lidava e talvez Moisés ficasse INSUPORTÁVEL se finalizasse a tarefa. Como Belerofante.
Talvez isso de certa forma se aplique a Jonas também.

O Deus do velho testamento devia conhecer muito bem o seu eleitorado...

Sobre a Normose

Eu já percebi que vai demorar até que eu encontre alguém com quem trocar informações como eu preciso, então, vou atualizar esse blog com alguns emails que enviei há pouco tempo, porque são relacionados a assuntos de interesse dessa nova pós que começou.


Um termo que eu desconhecia, mas que ao mesmo tempo conheço muito bem é o termo "normótico". Pela explicação dada, já o conhecia desde os tempos do "Escuta Zé Ninguém". Mas acho que como isso foi a "camisa de força" de quase todo mundo que agora começa a se esclarecer espiritualmente, ficou uma certa caça as bruxas nesse sentido.


Fiquei com essa impressão muito clara depois de ver um depoimento do Roberto Crema. São 13 partes ao total.


Publico a seguir meus comentários a respeito da dita "normose":

"Temos que cuidar em não repetir uma “caças a bruxas” às avessas. Percebo que o termo “normótico” em um dos textos - “Deus me livre ser normal” - e dos vídeos – Liderança no século XXI - é quase que um xingamento, tanto quando a Igreja Medieval é pra Wicca e os nazistas para os judeus.
Estava vendo a palestra do Roberto Crema e confesso que me senti um tanto incomodada, porque o “normótico” descrito por ele é quase que uma “peste desprezível” e a minha experiência de vida mostra nada no processo evolutivo pode ser considerado assim. Dizer que “normótico” é aquele que não se preocupa com os males da humanidade, com as crianças do farol, ou com adolescente marginais me faz pensar que mais normótico é quem acha que tem que sentir de outro jeito só porque vai ser taxado assim. Eu mesma parto do principio de que se eu não posso resolver alguma coisa, eu não vou me preocupar com ela. E nem fazer de conta que me preocupo só para ser legal. Sim, enquanto não conheço um jeito efetivo de ajudar, as crianças do farol, os males da humanidade e os adolescentes marginais não serão o meu foco. Realmente acredito naquela historia do menino que pegou a foto rasgada do mundo e conseguiu montá-la porque viu no verso a imagem de um homem. Eu não sei consertar o mundo, mas eu tento consertar a mim mesma. Essa é a minha convicção. Podem haver amarras por trás dessas justificativas? Sim, claro que existem, e a graça da jornada da vida está em viver coisas autenticas que te coloquem em contato com isso, não é verdade?
É mais ou menos assim que eu penso: a relação das pessoas com o auto-desenvolvimento nunca é cobrada até o momento em que ela adoece e isso é natural em qq lugar e qq época! Joseph Campbell disse algo muito interessante sobre a influência dos mitos na vida da pessoa que acho que cabe aqui: “se isso não lhe diz nada, ok, siga em frente, vc provavelmente nunca irá precisar disso. Mas se te pegou, ai começa a grande viagem!”.
Cobrar de uma pessoa que enxergue tudo isso que é proposto pela visão da liderança  transpessoal “ridicularizando” seu estado – que provavelmente ela nem sabia que era uma coisa tão ruim – é o mesmo que ridicularizar um mestre de obras por nunca ter pensado num Memorial da America Latina, sendo que a demanda da vida dele sempre foi construir casas. E cá pra nós, sem o pedreiro, o Niemeyer não ia conseguir nada, não é?
Por isso eu digo, amigos, manerem nas palavras! O que pude sentir do vídeo do Crema foi que, sob uma “fachada” de conceitos transpessoais, agora a disputa é entre “normóticos” e “seres humanos”. Cara! Isso continua errado! Para ser o dito “ser humano” que ele cita, é preciso ter sentido na pele a ruptura com a normalidade. A normalidade deve ser respeitada como qualquer outro estágio do desenvolvimento. Acho que deve ser deixada para trás sim, mas com o coração agradecido e não com todo esse “asco”.
 Sem dúvida essa reflexão tem muito a ver comigo que de uns tempos para cá permiti tornar-me uma pessoa muito pragmática e radical que tenta enxergar tudo por contrastes.  E é esse lado que entende – mesmo que com uma certa coceirinha na língua – o engenheiro que não sente absolutamente nada dessas coisas todas que a gente diz sentir nessas sessões. Ele é sincero, não sente mesmo. Eu mesma nunca senti quadno era mais nova. Mas ele precisa ser respeitado, mesmo que tenha uma postura agressiva ou irônica. Talvez, quem sabe, já tenha vivido o que tentamos viver aqui de outras maneiras. No nascimento de um filho, na conclusão de um projeto complexo, numa coisinha boba do dia-a-dia... O importante não é a técnica. Nem todo “santo” é conhecido. Conheço pessoas comuns que viveram muito mais plenitude do que até julgam saber que viveram. Então acho que precisamos ter mais cuidado quanto a linguagem de cada pessoa. Nos aqui nesse curso falamos uma, mas certamente essa não é a única. Temos que saber que não somos detentores da única linguagem a chegar no Uno. Existem muitos caminhos para Roma.
Enfim, a segunda dinâmica do dia 26 me fez entender algumas coisas que acho que tangenciam esse meu parecer. A frase que respondia “o que era psicologia transpessoal para mim” foi “procurei por cores fortes, mas vieram as fracas. Vou ter que lidar com isso”. O desenho era uma linha sinuosa da cor das rosas que estavam na mesa da Vera – e que eu até ontem nem imaginava que podiam existir naquelas cores. Pude perceber que existe um erro nessa frase: não são cores fracas, são cores suaves. Ela é suave, a forma é sinuosa, mas sua aplicação – até por ser um giz pastel oleoso – é intensa. Ou seja, a suavidade e a delicadeza não excluem a intensidade. Foi disso que senti falta no discurso do Crema."

Gostaria de deixar bem claro que concordo em gênero, número e grau com o que é dito no video sobre os "rótulos crueis" atribuidos as pessoas que são massacradas pelos preconceitos muito mais do pela psicose em si. Mas se a "normose" tb é uma doença, exatamente por isso deveria ser tratada com o mesmo respeito. Somos um reflexo do nosso tempo e nosso tempo, até pela densidade demográfica e filosofia de desenvolvimento, não permite o que é singular. Permite apenas massas de manobra.

Não é verdade?