sábado, 22 de fevereiro de 2014

A leoa não sabe ainda o seu tamanho mas está longe de estar atrofiada!

A medida que a gente vai se definindo na vida existem coisas que tornam-se intoleráveis. Esses dias eu tenho feito alguns testes que reforçam o meu perfil mental e ontem, refletindo sobre um teste que fazia, eu percebia o quanto é desgastante pra mim valorar as coisas de maneira "emocional". Cara! É chato demais e normalmente não me leva a lugar nenhum.

E mais uma vez, que saco é ser minoria. Não por ser minoria em si, porque isso até é legal, mas pelo fato de vc não ter muito eco. Eu não estou numa fase muito tolerante com a falta de sintonia das pessoas em relação a mim. Acho que eu passei tanto tempo da minha vida implorando afeto e me virando do avesso para acompanhar todo mundo em formulas que não me correspondiam que agora tenho vontade de mandar todo mundo tomar no cu na grande maioria das vezes.

Assim como minha amiga Leandra depois da perda do primeiro filho passou por uma fase de agressividade compensatória, eu acredito que o mesmo acontece comigo depois de todos esses quatro anos de perdas acumuladas. O pendulo está oscilando muito, mas o que ficou de bom foi a certeza de quem eu realmente sou e o que espero de mim mesma, de forma que me sinto ofendida - mesmo que sob controle - quando alguem invade ou me pressiona, ou pior: me "força" a usar uma linguagem que não é minha.




Cara! Passei tempo demais na minha vida sendo achatada por gente que hoje, olhando pra trás, nunca nem passou perto de entender um grão de areia do meu mundo e mesmo assim tentou - mesmo que sem intenção - encaixotá-lo nos pacotinhos a que estava acostumado. Droga! Por que eu demorei tanto pra saber que EU SOU EU?! Se ao menos eu tivesse tido um pouco mais de certeza antes, talvez eu ja estivesse bem menos agressiva agora.

Eu estou cansada da miopia de todo mundo e lutando incessantemente contra a minha. Finalmente eu consolidei uma casca indigo pra proteger o cristal que dizem que tem dentro de mim. É a assunção definitiva do eixo amazona/medium.


E nisso tudo, eu so peço que consiga nunca mais fazer aos outros o que eu não gosto que façam pra mim. A não ser que eu assim o queira.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Just a little bit of green..

Estou há dias desenvolvendo assuntos e chegando a conclusões... Minha mente multifacetada gosta de experimentar diversos sabores e tenta não se viciar em nenhum. 
No final de tanto pensêro, vc acaba achando que a vida não tem muita solução e que a humanidade é mediocre mesmo. Acostume-se.

Daí, de repente, vc dá de cara com um floquinho de luz que sai da escuridão mais escura. Piegas, né? Não diria piegas de algo que sai junto com lágrimas dos olhos de uma mente INTP.

Como eu disse no Facebook, não vi aqui uma palavra sequer sobre justiça, sobre lamento, nenhuma revolta. E aprendi que talvez ainda as coisas não estejam totalmente perdidas, que realmente seja só questão de mudar de foco... Criar a sua realidade mesmo que no meio de outras tão diversas a sua.

"Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai.

Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode!

Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar. Mas ele olhou e disse: caramba, filha. Quero fazer também. E me deu de presente meu nome no antebraço.

Quando casei, ele ficou tão bêbado, que na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele vomitava e me abraçava ao mesmo tempo.

Me ensinou muitos valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava. E o meu começava.

Esta noite eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu.

Sei que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele. Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha identidade.

Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive um pai. E ele teve uma filha.

Obrigada a todos. Ele também agradece.

Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai."


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Suicidio Fashion

Dia desses eu parei pra pensar em algumas coisas durante um chat sobre depressão e suicidio. Sim, eu gostaria de deixar bem claro que eu sempre soube que desde que o mundo é mundo o suicidio é considerado uma forma de transgressão espiritual, ao menos nas culturas cristãs ou com algum fundamento cristão. 

Alguns dizem que é uma grande covardia, outros uma grande coragem... Enfim, eu sempre ouvi tudo isso e nunca parei para refletir sobre o suicidio em si.

Então, vou fazer uma analise do que eu penso sobre ele a partir do chat que participei:

1- Ao contrário do que dizem, acho que é o máximo da altivez e da dignidade decidir o momento em que vc resolve finalizar a vida que é sua. Ela é sua, de mais ninguem. Só vc sabe o que é e o que custa ser você mesmo e não deveria existir nenhum tipo de julgamento - nem filosofico e nem religioso - de ninguem que naõ seja vc mesmo a esse respeito. Se vai ser um disperdicio ou não, a unica pessoa que tem que avaliar isso é você, estando certo ou errado.

2 - Quando você está inscrito num curso que, a medida em que se desenvolve, parece que vai exigir mais de você do que vc est[a disposto a dar, é natural que vc cancele a matricula, mesmo que seja pra continuar depois, de uma outra forma. Se a morte não é mesmo o fim, não entendo porque tanto drama. Vou demorar um pouco mais para "concluir o curso", mas não entendo porque eu deveria queimar no fogo do inferno por conta disso. O atraso por si so já seria uma consequencia.
Sem contar que nada me prova que o sofrimento que viria depois de uma "atitude" como essa poderia realmetne ser pior do que o sofrimento que levou a pessoa ao proprio ato. E, novamente, "culpar" a pessoa da escolha de fazer com sua propria vida me parece uma certa ditadura espiritual. Eu não acredito em absolutos e considerar o suicidio como algo que nunca pode ser considerado como uma verdadeira solução é me fazer acreditar numa monocromia espiritual que não faz sentido com o resto das coisas que se expandiram na minha mente. 


3 - Se a morte for realmente o fim, ai que a cretinice fica maior. Afinal qual o problema com o fim? E mais ainda, qual o problema em DECIDIR quando e como ele será? E aqui eu nem falo de pessoas terminais, ou depressivas, ou sei lá o que seja. Falo de pessoas que cansaram e querem ter um final digno, bonito, e não ficar na dependência da incompetência divina para essa finalização.
Se a morte for um fim, então celebremos! A imagem final do filme Melancholia mexeu muito comigo. Quando meu momento chegar, quero que ele seja algo como o da Justine. Algo simbolico e verdadeiro para resgatar o minimo de dignidade que a morte em si rouba de todos que morrem.


Nunca tive vontade de me matar, mas confesso que a morte e as declarações do Walmor Chagas ano passado me fizeram ver a vida e a morte por um outro prisma... Buda estava certo, tudo tem a ver com o apego... mesmo que de maneiras tão indiretas...

Eu não acredito em regras sem exceção... Dizer que via de regra o suicidio e indigno e gerador de carma pra mim e estranho e insulta minha inteligencia. Eu sei que meu cerebro não é capaz de captar toda a verdade, e que talvez até a verdade nem exista como a gente imagina, mas me privar de questionar, baseado no que eu sinto e vejo é cruel.