sábado, 9 de junho de 2007

O que é filosofia

Já contei uma vez que dos grupos que se apresentaram nos trabalhos da Pós o que mais gostei - de me sentir a vontade - foi o grupo Pensamento. Adorei o conceito de Maiêutica. Mas definitivamente não concordei com as conclusões do texto sobre filosofia que nos foi passado para ler.

Primeiro porque não gostei do filme Matrix mesmo reconhecendo e concordando com todo aquele significado simbolico, segundo porque não concordei com a conclusão.

Não importa o texto nesse momento, o que importa é o sonho dessa noite. Sonhei que discutia o texto e me tocava de que os cientistas perdiam muito tempo tentando descobrir a origem do universo. Ou mesmo tentavam entender a origem e o lugar das coisas e se esqueciam do desenvolvimento delas.
Alguém fazia uma comparação do tipo "É como um relacionamento: não importa quando nem onde esse relacionamento começou, o que importa é como ele se desenvolve. Se vc enteder como ele se desenvolve, vc chega naturalmente as conclusões necessárias."

Tinha muita gente comigo discutindo eses sonhos e esses conceitos. A Gilda tava lá meio que confirmando algumas das informações.

Eu lembro que no sonho falava que não me conformava com essa historia de "Qual o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A filosofia."

Adoro filosofia, mas acho que ela só serve no primeiro movimento, o de desconstrução das certezas. Não acho que ela faz papel de libertadora de porra nenhuma. De certa forma Nietzsche ja dava a entender isso em alguns dos seus aforismos em "Além do bem e do mal". Uma alma desconectada da sua essência, fora do seu processo de "individuação" não faria bom uso das ferramentas filosóficas. Seria muito mais facil aproximá-la do niilismo do que libertá-la de qualquer coisa.

Não existe a meu ver uma linguagem padrão para te ajudar a tangenciar o processo: provavelmente quem escreveu o texto pode achar que encontrou isso através da filosfia, o artista através da arte, o religioso através da religião e o homem comum através dos seus relacionamentos e cotidiano... Não importa, não existe verdade absoluta. Nem filosofia absoluta.

Mesmo referente ao mito da caverna. Será que toda a pessoa que entra em contato com alguma verdade TEM QUE VIRAR MÁRTIR?
Ontem eu estava lendo uma reportagem interessante que falava sobre um forma de transmissão de eletricidade sem fios. Essa transmissão acontece por meio de "ressonância" que de acordo com a teoria, se explica como "dois corpos que vibram na mesma frequência transferem energia um para o outro sem interferência de outros corpos que estão fisicamente mas em outra frequencia de vibração". São como as egrégoras que juntam as pessoas que pensam de forma semelhante...
Uma vez a minha terapeuta disse que eu não devia achar que eu tinha a responsabilidade de salvar o mundo e acho que isso pesou muito forte quando pensei nesse topico do texto: Ajude quem quer ser ajudado.

O cara que vai pra fora da caverna, vê o que vê e volta contando pra todo mundo o que viu é um idiota no momento em que resolve impor a sua verdade aos outros. Ele está vibrando numa outra energia, leva um certo tempo prar que ele consiga fazer com que as pessaos vibrem na mesma que ele... Aquela é a sua verdade, aquele havia sido o seu momento de apreende-la. Impondo aos outros, é natural que haja reação. Dê tempo para a curiosidade de quem está ainda preso a sua propria realidade. Porque dessa forma vc não vai quebrar nenhuma casquinha de proteção de ninguém. Inspire a curiosidade e a natureza "liberta" das pessoas que o resto elas farão por si, e não lhe crucificarão, até porque ele é mais util vivo do que martir crucificado.

Isso vale pra mim em muitos aspectos. Acho que por esse motivo que a Gilda apareceu no meu sonho. Essa caracteristica de parar, ouvir, deixar acontecer e ajudar a concluir é uma coisa que falta muito em mim.

"A frase mais casta que já ouvi: No verdadeiro amor, é a alma que envolve o corpo."
Aforismo nº 142 - Nietzsche - Além do bem e do mal

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