segunda-feira, 4 de junho de 2007

Análise de Phaseolus vulgaris L dentor do contexto socio-comportamental e outras bobagens.


Vou abrir esse blog da Pós com um texto que produzi para a apresentação de um trabalho com feijões.


Como diz um amigo meu: "A gente estuda a vida inteira, esquenta a cabeça, pára, volta, cobra de si mesmo, entra na faculdade, num sei mais o que, vai pra Pós fazer um trabalho com feijão que já fez no jardim da infância. "


Aí vai o texto:

"Esta é a historia do meu feijão, aquele que eu não queria que brotasse, que eu não queria fazer de jeito nenhum! Não sei se não queria porque não conseguia pensar em nada diferente pra plantar ao invés de um mísero feijão furreca. Pensei em plantar trevos, alpiste,painço... Até feijão azuki a metida a besta que vos fala pensou em plantar... Tudo, menos um simples feijão. Eu tenho tantas plantas em casa, tantas plantas das quais estou cuidado como a minha bunda e vou trazer mais meia duzia de feijoes á vida pra morrerem ou estragarem, ou pra serem mal cuidados???? Não sei se quero fazer isso! Não, Não,NAAAAAAAAAAAAO!!!!! Eu não quero plantar feijões!!!!!! EU NAO TO PRONTA PRA FAZER ISSO!!!! NAAAAAAAO....
Bom, não dava pra fugir. Quando eu ia à aula, via todo mundo cuidando das suas plantinhas com amor e carinho, (ou pelo menos fazendo a experiência), e eu começava a pensar: tenho que fazer! Minha vida tava (e ainda tá) meio bagunçada, empurrada de barriga e eu não queria fazer nada que envolvesse “vida” de qualquer jeito, não queria usar qualquer feijão, não queria que fosse so mais uma experiencia pr'uma aula de Pós que perdesse o sentido depois da apresentação. Num dos dia da semana, olhei pra debaixo da minha mesa do trabalho e vi o vasinho de cerâmica que tinha ficado lá jogado depois que minhas fitonias do trabalho MORRERAM (BUAAAAAAAAAAA!). Pensei: olha só tenho um vasinho de cerâmica para colocar os feijões. LET ME TRY AGAIN!!!!

Podia começar por ele, afinal ele era de ceramica, o que o fazia, além de uma coisa autêntica aos meus olhos, um recipiente que retinha um pouco a umidade.Yes! Escapei na hora do almoço para comprar algum tipo diferente de feijão. Sim, porque ainda não havia desistido de plantar alguma coisa diferente do que todo mundo plantaria. Nada me chamou a atenção naquele supermercado feio e chato, mas não tinha opção, ou eu comprava alguma coisa ou era melhor eu começar a pensar e levar os feijões no dia da entrega da monografia. Muita gente reclamou que seus feijões demoravam pra crescer, ou, que de todos colocados para brotar, so alguns realmente brotaram e coisa do gênero. Sabia que teria que criar coragem e começar, mas para ser bem sincera, não queria fazer esse trabalho. Pelo menos não nesse momento da minha vida.Me decidi por feijões graudo e vermelhos, que não faço ideia do tipo. Cheguei no escritorio, molhei o algodão coloquei um punhadão dentro do vaso. Quando contei, vi que tinha pra mais de vinte. Pensei, vou fazer serem 22 como os arcanos do tarô. Algum vai ter que brotar.No primeiro dia o vaso pernoitou no escritorio, o que foi uma judiação, considerando que lá é cheio de poeiras e fantasmas. No dia seguinte, levei pra casa, mas não dei muita atenção pra eles, não. Eu não queria fazer esse trabalho numa epoca em que as minhas plantas da varanda estavam tão tristes. Larguei lá. Alguma coisa ia brotar ali, né? Acompanhamento? Book??? Ah, vá se ferrar! Não to com saco nem de plantar essa merda! Quanto mais fazer história!

As semanas se passaram, muitas correções de curso da minha vida aconteceram e os feijões lá. O Sérgio disse: Ana, tira o algodão de cima senão eles não crescem, mulher. Tirei. Daí ele falou de novo: não esquece de por agua sua louca! Coloquei. Olha sua doida, botei no sol pra eles não murcharem... Agradeci...
SOCORROOOO!!!! E AGORA?!?!?!!? BROTARAM TODOS!!!! NAO VOU PODER DEIXA-LOS NO VASINHO DE CERAMICA QUE TINHA PENSADO EM DEIXAR E DEPOIS SO JOGAR TERRA EM CIMA!!!! TODOS ELES ESTAO BROTANDO, E TA UM EM CIMA DO OUTRO!!!! VOU TER QUE COMPRAR UMA JARDINEIRA PARA ESSES FEIJOES TARADOS!!!!Bom, comprei um outro vaso de cerâmica e, junto com a minha mãe, escolhemos algumas pedras para decorar. Cores suaves, beje e azul claro... Não pensei muito em nada, mas comecei a me animar com a ideia dos feijões. A ideia era que o proprio vaso fosse o book, então estou eu aqui, ainda meio contrariada de ter que cuidar dos feijões, meio orgulhosa de ver que meu tarô vegetal brotou inteiro, mas com medo de me apegar. Percebi também que apesar de não ter feito o acompanhamento desde o começo, no estagio que eles estão agora, é como se dentro daquele buraco de cerâmica tivesse todas as fases dos feijões acontecendo ao mesmo tempo e foi isso que tentei mostrar nas fotos. Como se passado presente e futuro se juntassem na mesma dimensão ceramica. Isso deve ser muito, muito bom, mas eu ainda não consegui gostar deles sem sombras. Tenho a sensação de que a responsabilidade é muito grande para o que eu posso oferecer nesse momento. Mas tá lá. Espero que eles sobrevivam à troca do vaso. E que eu sobreviva a eles."

Além do trabalho dos feijões teve também a confecção de mandalas. Estive analisando as duas coisas e cheguei a conclusões diferentes de cada uma das atividade (elas não estão relacionadas diretamente)

Os feijões a meu ver representavam os ponteciais dos quais eu tenho medo mas que estão mais do que prontos para florescerem. Acho que eles representaram que já é momento de começar a agir. Depois eu preciso confirmar quantos feijões brotaram porque o numero certo me ajudará a entender de que aspecto eles falam.

A mandala feira na aula do dia 02/06 me fez lembrar a fragmentação do principio fluido. Pude perceber isso analisando a Mandala da FErnanda, belissima, ams extremamente triste e fragmentada. Ambas mandalas à sua maneira mostravam a fragmentação do feminino em diversas formas. No caso dela, representada pela semelhança de um espelho quebrado mostrando parte de uma totalidade feminina. No meu caso, as cores que vi durante o relaxamento que escorriam e se misturavam com agua colorida em frente aos meus olhos, foram representadas de maneira dura e intensa. Fui fiel às cores mas estive longe da representação da fluidez que elas mereciam. A fluidez da minha reresentação é que era fragmentada. Como se a agua congelasse as cores em blocos com limites retos definidos. E não foi essa a imagem que vi diantes dos meu olhos no relaxamento.


Ouvindo a gravação da aula pude rememorar a expressão assustada do olho do Kronos da Monica. Acho que comecei a compreender que a expressão arregalada e assustada se referia a capricornio e sua necessidade de estruturação sendo sujeitada ao turbilhao trazido por áries e peixes, começo e fim da jornada. A responsabilidade é muito grande, capricornio tentando estruturar começo em fim dentro da mesma dimensão. Não é a toa que está assustado.


Gostei da conclusão do trabalho da Claudia Tommasi de que agora é tempo de reparar calderões, parafraseando um outro dos meus blogs. Que pra ela era momento de delimitar o espaço. Perfeito.


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