Essa é a forma com a qual o Eneagrama começou a fazer um pouco mais de sentido para mim. Divido com vocês.
O Eneagrama conforme meu entendimento é uma estrutura tridimensional dentro de uma esfera, composta por dois vetores de expansão (eixo 8/2 e 7/1), ancorados em dois pontos introspectivos (4/5) e apoiados em um ponto superior (9) do triangulo (3/6/9) chamado por Maitri de “o triangulo da queda”.
Segundo ela, “... o que representa o triângulo formado pelos Pontos Nove, Seis e Três, que constituem o chamado triângulo interior do eneagrama. Esse triângulo interior simboliza o processo arquetípico de perda de contato com o Ser ou Verdadeira Natureza e de desenvolvimento de uma personalidade ou estrutura egóica, e constitui-se assim no fundamento de todos os outros tipos.”
E mais pra frente no livro A DIMENSÃO ESPIRITUAL DO ENEAGRAMA, ela diz: “Ponto Nove representa o princípio de perda de contato com nossa natureza essencial; e, como esse distanciamento em relação à Verdadeira Natureza é comum a todos os egos, todos os outros tipos podem ser vistos como variantes deste arquétipo fundamental da personalidade. Para dizer a mesma coisa de outra maneira, este tipo é o que mais puramente se vincula às questões relativas ao esquecimento do nosso verdadeiro ser — o adormecimento da nossa natureza profunda —, e os outros tipos são variações ou ornamentos desse princípio básico que reside no coração do ego.” Por isso aqui ele é o apoio, o ponto de equilíbrio de todo o sistema. Dessa forma o triangulo deixa de ser uma entidade isolada como aparenta ser na estrutura 2D conhecida e passa ser o eixo estruturação e apoio de todo o sistema, tanto para a identificação com o Condicionado, o Ego, quanto para a desidentificação posterior, quando da busca pelo Incondicionado, pela Essência.
Os dois pontos inferiores (4/5) são pontos de ancoragem que ficam na base do triangulo, o eixo 3/6. São pontos de introspecção ativa(4) ou passiva(5) que forjam e dão base ao restante do sistema. Entendo que no caminho do 3 ao 6 acontece um movimento de interiorização e aprofundamento do ser, um processo de cristalização, de embasamento que depois do seis, volta a ascender rumo ao nove.
Ainda segundo Maitri: “No medo está implícita uma fuga perante o buraco; paradoxalmente, é essa fuga esse evitar, que dão ao buraco o sentimento de deficiência. Enquanto nós o rejeitamos, ele nos incomoda. No momento em que o aceitamos e abrimo-nos para ele, o que parecia uma ausência torna-se uma plenitude imbuída daquela mesma qualidade da Essência que parecia nos fazer falta. Segundo o mapa do triângulo interno, esse movimento que leva do medo ao vazio e deste à plenitude da Essência é o que leva do Ponto Seis ao Ponto Nove”
E mais adiante ela conclui: “A repetição das experiências de passar pelos buracos e entrar em contato com a natureza essencial vão fazer com que, finalmente, nós deixemos de identificarmo-nos com a personalidade para identificarmo-nos com a Essência.”
E dessa maneira todos os pontos estão correlacionados. O que antes estava isolado, agora está independente, mas não isolado. E dessa forma, a meu ver, o sistema está integrado.
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